sexta-feira, dezembro 08, 2006

Republico abaixo texto escrito pelo jornalista Marco Aurélio d'Eça, pulicado em seu blog. Texto esse que achei interessante e que em partes se identificou muito com a minha forma de pensar.
"INDIFERENTE A DEUS
Muitas pessoas já me confundiram com evangélico. Talvez pelo fato de ter iniciado minha carreira jornalística na rádio Esperança FM, ter-me casado com uma então evangélica e até ter dado palestras na Assembléia de Deus, algumas vezes.
Outras já me classificaram de ateu por causa dos meus estudos e opiniões sobre a religião, sempre críticos em relação à postura curvada e submissa que caracterizam a maioria dos crentes, sejam eles de que doutrina.
Não tolero o sufixo “ismo” relacionado à religião – cristianismo, catolicismo, islamismo, budismo espiritismo e ateísmo. Pra mim, servem como mordaça do ser humano, caminho para a corrupção e atraso de vida.
Mas não sou intolerante. Respeito a todas as manifestações religiosas. E as defendo, inclusive. Não posso aceitar que um evangélico diga que foi batizado com o Espírito Santo e não aceite que seu irmão espírita possa se comunicar com os mortos. Porque a verdade só vale para um?
Quando me perguntam sobre minha posição em relação a Deus, uso como resposta uma declaração do escritor José Chagas, que li em uma de suas crônicas, há alguns anos: “Se Deus existe ou não existe, isso não tem a menor importância”.
Admitindo a existência de Deus, as crianças da Etiópia continuarão passando fome, as flores continuarão brotando toda manhã de primavera, os assassinatos terroristas não cessarão sua batalha e os casais enamorados continuarão se amando.
Em se negando Deus, tudo isso continuará igualzinho. Nada muda, a vida continua seu ritmo incessante, pessoas continuarão nascendo, crescendo, morrendo; as luzes da cidade continuarão acesas, haverá sempre Natal, Carnaval, e as igrejas continuarão cheias.
Mas sou um homem de muita fé. Tenho fé que a Medicina avance a ponto de curar doenças como Aids e Diabetes. Tenho fé que a Ciência, um dia, conseguirá reverter processos de paralisia de membros e até cerebral.
Tenho fé que as técnicas de clonagem, a nanotecnologia, a robótica e a mecatrônica possam desenvolver métodos de preservar a vida do homem indefinidamente, apenas substituindo partes gastas. Isso é fé.
Imortais são Jesus de Nazaré, Alexandre - O Grande, Che Guevara... homens que, pelos seus atos, são lembrados e seguidos ao longo da história da humanidade. Conseguiram sobreviver à própria existência.
A eternidade do homem se dá pela história que constrói. Ele pode passar pela vida e nada realizar. Ou pode deixar um legado. Este legado é que definirá sua existência após sua passagem pelo mundo.
Mas isso por enquanto. Até que se descubram técnicas de transplante de cérebros e armazenagem de lembranças e memória. Aí então o homem passará a ser eterno por si só, apenas trocando de cérebro de quando em vez, assim como se troca uma pilha de relógio.
É nisso que eu creio!"

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