A saída e provável candidatura da senadora Marina Silva à presidência do Brasil, pelo PV, é prova inconsteste de que o governo Lula não conseguiu avançar em alguns pontos fundamentais do programa do PT.
A companheira é produto de um momento histórico muito rico do partido no país, aliás o próprio PT do Acre é um capítulo extraordinário da luta do Partido do Trabalhadores por um Brasil livre, justo e soberano. É o capítulo contado, sobretudo, pela resistência do seringueiro Chico Mendes e da sua causa maior: a Amazônia.
Se sobra carisma ao presidente Lula, lhe falta coragem ou vontande de romper os grilhões que ainda mentém os sonhos de milhões de brasileiros presos à dominação e exploração de práticas antigas, conservadoras e reacionárias de fazer política.
O governo Lula passeia em meio ao labirinto do Bolsa Família e não consegue, ou não quer conseguir, sair dessa armadilha. Tranforma-se um programa transitório de inclusão social numa política social prioritária e perene de governo. Comemora-se com júbilo cada vez que uma jovem mãe consegue o tirar o seu cartão do Bolsa Família. Quando deveria ser o contrário.
Mas que a perda de uma militante histórica do partido, a saída de Marina Silva do PT é mais um grave sintoma da degeneração de princípios programáticos que um pragmático Partido dos Trabalhadores parece não mais fazer tanta questão de cultivar. É mais um momento onde tem-se que parar para uma necessária reflexão sobre o PT.